
O varejo farmacêutico sempre foi majoritariamente masculino, mas esse cenário vem mudando ano após ano com a entrada de mais mulheres no mercado de trabalho, assumindo posições de liderança e na gestão do próprio negócio. Não há estatísticas, mas um passeio por várias drogarias do País permite ver como a presença feminina tem predominado em muitos negócios.
Mara Moreira – Rede Minas Mais
Mara é proprietária da rede ao lado de mais dois irmãos: Luciana e Henrique. São 14 lojas ao todo em quase 20 anos no ramo de drogaria. Com filhos pequenos, a empresária recebe apoio do irmão em compromissos externos e viagens. No entanto, no dia a dia, sempre foi bem-aceita e acolhida pelos parceiros e público em geral. “Toda mulher precisa ter essa experiência de empreender, conquistar, agregar valor à vida do outro”, diz ela.

Mara, da rede Minas Mais
A empresária cuida da área financeira da rede desde o início, mas vem cada vez mais se envolvendo com os desafios do ponto de venda. Mara hoje é ativa nas redes sociais e percebe mudanças também no perfil da mulher consumidora.
“O principal cliente da farmácia é a mulher. Eu, particularmente, sou apaixonada pelo mix de produtos, pela variedade, pela diversidade de perfumaria, dermocosméticos, vitaminas. É um ambiente em que a gente fica bem à vontade. O que seria de uma farmácia sem as mulheres? O interessante é que as pessoas estão indo à farmácia para se cuidar, principalmente o público feminino. Costumo dizer que quem cuida da saúde não vai precisar cuidar da doença. A gente precisa proporcionar um ambiente em que a mulher se sinta bem e saia satisfeita”, comenta a empresária.
Alessandra Heleno Guimarães – Drogaria Barreiro
Alessandra é farmacêutica e há 10 anos abriu sua primeira farmácia. Atualmente administra duas lojas, a casa e a vida de dois filhos. A empresária assume que é difícil cuidar de tudo, mas garante que, com planejamento e equipe bem-estruturada, é perfeitamente possível administrar o negócio com eficiência e resultados. “Eu dou suporte em casa, acompanho as aulas online do meu filho mais velho, administro as farmácias e ainda cuido de mim praticando atividade física”, conta Alessandra.

Alessandra, da Drogaria Barreiro
Para a empresária, o trabalho é uma parte de grande significado para a vida. “Fiquei de licença-maternidade recentemente e percebi o quanto o hábito de trabalhar está incorporado à minha vida, pois todo o tempo tive a sensação de que estava faltando algo”, comenta.
Ao longo da vida de empresária, Alessandra não teve que lidar com preconceitos por ser mulher, mas atribui isso ao fato de trabalhar com mulheres, pois elas são maioria na empresa. “Nós entendemos umas as outras melhor do que ninguém.”
Mesmo sendo um desafio empreender, Alessandra defende a busca pelo sonho: “Se uma mulher tem vontade de ter o próprio negócio, ela tem que correr o risco, tem que tentar”, sugere a empresária.
Jéssica Carvalho Adrioni – Drogaria DN
Ainda na faculdade de Farmácia, Jéssica alimentava o desejo de ter sua própria drogaria. Onze anos depois e três filhos, ela sente orgulho de suas conquistas. “Várias vezes tiver de bater a mão na mesa para as pessoas me escutarem. Sim, porque o padrão é ter um homem na condução do negócio. Cheguei a atender vendedores que pediam para falar com o dono da farmácia. E eu tinha que responder: ‘a dona sou eu’”, lembra a empresária. Para Jéssica, é uma questão que vai além do gênero. “Sendo mulher ou homem, as pessoas precisam respeitar.”

Jéssica, Drogaria DN
Rosângela Borges Castejon – Rede Compre Certo
Rose, como é mais conhecida, trabalhou na distribuição de medicamentos durante muitos anos, mas há dez resolveu abrir o próprio negócio e fundou a franquia Compre Certo. Na distribuidora, a empresária era a única mulher, mas ainda assim se sobressaía entre os vendedores. “Eu costumava vender R$ 1 milhão, enquanto eles vendiam R$ 400, R$ 500 mil. Interessante mencionar que a diretoria não foi unânime na minha contratação, pois havia o receio de que, sendo mulher, eu não daria conta do recado”, conta ela.

Rosângela, Rede Compre Certo
Na Compre Certo, Rose é sócia de um homem. “Muitas vezes, em reuniões, sentia a diferença de visibilidade, com outros homens se dirigindo muito mais ao meu sócio do que a mim. Eu percebo que, no mundo corporativo, a figura masculina impõe mais credibilidade. Mas, de verdade, eu não ligo para isso, porque sou muito competente no que faço. Sinto orgulho e gratidão a Deus por ter nascido mulher”, pontua a empresária da rede, hoje com 92 lojas.