
Se você está pensando em montar um laboratório ou uma farmácia de manipulação, certamente vai precisar de equipamentos que garantam a qualidade e a segurança dos processos produtivos e dos profissionais que neles irão trabalhar. Entre esses equipamentos, destacam-se as cabines de fluxo laminar e de segurança biológica.
A princípio, de forma mais ampla, podemos dizer que ambas têm a mesma função: proteger as amostras a serem manipuladas. Sim, é verdade, mas existem algumas poucas diferenças técnicas que você precisa conhecer. Vamos a elas!
Cabine de fluxo laminar
A função da cabine de fluxo laminar é oferecer um ambiente estéril, que dê segurança à manipulação de materiais biológicos ou estéreis. Esses processos precisam ser protegidos de qualquer contaminação do ambiente. Nesse caso, a proteção é apenas das amostras.
As cabines de fluxo laminar podem ser horizontais ou verticais. Nas primeiras, ocorre 100% da renovação do ar; enquanto nas segundas, 100% da recirculação do ar. Ambas são equipadas com filtro HEPA, podendo ter lateral em inox ou vidro.
Cabines de segurança biológica
Existem algumas diferenças entre cabine de fluxo laminar e cabine de segurança biológica. A primeira delas é quanto à proteção. Nesse caso, além de proteger as amostras, todo o ambiente de trabalho também é protegido.
Em geral, as cabines de segurança biológica são agrupadas em três classes:
- Classe II A1: 70% do ar é recirculado e 30% renovado e exaurido para o interior do laboratório;
- Classe II A2: 70% do ar é recirculado e 30% renovado, porém exaurido para o ambiente externo do laboratório;
- Classe II B2: 100% da renovação do ar.
A Classe II B2, por exemplo, é a ideal para manipulação de HIV, produtos oncológicos, tuberculose, gripe aviária, coronavírus, entre outros vírus que acarretam perigo à saúde humana e ao meio ambiente. Isso porque seu método de funcionamento impede que haja fuga do ar contaminado para o laboratório.
Como escolher o equipamento mais adequado
Para escolher entre cabines de fluxo laminar e de segurança biológica, você precisa levar em consideração os riscos oferecidos pelos possíveis microrganismos manipulados. Veja a seguir alguns exemplos citado pela consultoria BRQuality.
- Para pesagem de amostras de alimentos e bebidas e preparo de diluição, a cabine de fluxo laminar é suficiente.
- Para inoculações de amostras em análise de microrganismos indicadores, a cabine de segurança Classe II A1 garante a segurança do analista e do ambiente.
- Para inoculações de amostras em análise de microrganismos patogênicos, a cabine de segurança Classe II A2 é a mais indicada.
- A cabine de segurança biológica Classe II B2 é mais indicada para a manipulação de amostras biológicas contaminadas por vírus e outras bactérias causadoras de doenças como, por exemplo, tuberculose.
Por fim, em relação à legislação, as cabines devem obedecer às normas de biossegurança da ABNT NBR 13.700 e ISO CLASSE 5 conforme norma internacional ISO 14.644-1.
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